Uma entradinha de nome jocoso, mas muito tradicional em
Portugal e nos lares de famílias lusitanas virou a minha mais nova paixão: a
punheta de bacalhau. Também pudera: quando agregamos azeite, bacalhau e azeitonas
torna-se fácil alegrar o paladar. E se esse casamento receber o brinde de um
bom vinho verde ou um tinto leve, a uma temperatura adequada, prepare-se: você
vai lamber os dedos quando o azeite escorrer por eles.
Para ficar mais bonito, montei a conserva em camadas (fotos: Soraia Kalil) |
O prato, muito
consumido e apreciado em Portugal, é considerado hoje uma verdadeira iguaria e
está presente no cardápio de muitos restaurantes. Mas nem sempre foi assim. Sua origem remonta
aos tempos medievais, quando os viajantes dispunham de poucos recursos para se
alimentar. Sendo o peixe seco de mais
fácil aquisição, incorporou-se a ele os demais ingredientes, à exceção da
pimenta do reino, um luxo para a época. Por muito tempo foi considerada uma
comida vulgar, consumida apenas pelos povos mais pobres, a exemplo da nossa
brasileiríssima feijoada.
E salve a
evolução dos povos! Com o tempo, os conceitos mudam e, aos poucos, a Punheta de
Bacalhau foi ganhando cada vez mais espaço e se transformando em mais um
presente da rica gastronomia portuguesa. Nossos sentidos agradecem!
Ingredientes:
500 gramas de bacalhau dessalgado e desfiado (ou em lascas)
150 gramas de azeitonas portuguesas (aquelas pretas miudinhas)
3 cebolas grandes cortadas em pedaços médios
2 dentes de alho picados ou amassados
azeite de boa qualidade o quanto baste
noz moscada e pimenta do reino a gosto
Duas folhas de louro
Se quiser, pode colocar também umas pimentinhas para dar um colorido e deixar levemente picante |
Preparo:
Distribua todos os ingredientes, de preferência, num vidro
cuja tampa vede bem. Para ressaltar o sabor, deixei descansar por dois dias.
Sirva com pão ou torradas.
Curiosidade: nos cardápios portugueses, recebe também o nome
de carpaccio de bacalhau e salada de espinheta.
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