segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quiche normande na terra de Monet


Amplo terraço e com uma linda vista (Fotos: Soraia Kalil)

Sábado, 9h50. Mochila nas costas. Destino: Gare de Saint Lazare para pegar o trem que me levaria a uma pequena cidade chamada Vernon. De lá, mais um ônibus e cerca de uma hora e vinte minutos depois de sair de Paris, chego à Giverny, a Vila de Monet, cidadezinha na região da Normandia, com apenas 500 habitantes.
O objetivo era conhecer os famosos Jardins de Giverny, que inspiraram o grande pintor impressionista Claude Monet (1840-1926) na sua arte.
Curiosa, ávida por capturar boas imagens, dei uma sondada na área, percorrendo as dezenas de ruazinhas estreitas e super simpáticas, quando começo a perceber vários restaurantes e cafés totalmente diferentes do que se encontra na capital francesa. Lugares simples, mas que guardam história e parte da cultura daquele local tão emblemático. A arquitetura preservada, quase irretocada, as flores e suas cores que inspiraram o artista, o jardim das águas, sua casa, tudo nos força a  um mergulho na história da arte.
A Quiche é um prato tradicional na culinária francesa
Bem, depois de apreciar, admirar e me acabar de tanto fotografar, hora de escolher o restaurante. Missão deliciosa, mas ao mesmo tempo, frustrante: teria que escolher apenas um e babar por todos os outros. Aí, lembrei da célebre lição: toda escolha implica numa renúncia!
Voilà!! Bem, a maioria expõe seu cardápio à porta, o que facilita na hora da escolha. Ou não, depende do ponto de vista. Acabei optando pelo Café Terra, ao lado do Museu do Impressionismo. Além do amplo salão da parte interna, o que me chamou a atenção foi o terraço ao ar livre. Pensei: é aqui que vou me acabar no salmão e no queijo branco com calda de framboesa.
O queijo que não era queijo... 
Entretanto, àquela hora (quase 16h) eles serviam apenas um menu de pratos rápidos. Mas o local me pareceu tão aconchegante, que resolvi ficar. Entre as opções, pedi uma Quiche Normande, com queijo camembert, shitake e bacon, acompanhada de salada verde (€14,00).  Muito bem servida e deliciosa. Cogumelo no ponto, queijo derretidinho e gratinado e pouco bacon – o que evitou uma briga com o queijo.
De sobremesa, claro, o tal queijo branco com calda de framboesa(€ 6,00). A primeira impressão foi uma leve decepção ao perceber que não se tratava de um queijo. E sim do que nós chamamos de coalhada. Mas a decepção não durou muito. Apenas o tempo de levar a primeira colherada à boca e me deliciar. De fato, aquilo era uma coalhada. Mas com uma textura que eu nunca vi. Acidez na medida certa. E a calda não muito doce! Dos deuses mesmo! Foi para fechar com chave de ouro o dia agradabilíssimo passado por aquelas bandas.


Agora, quando meu marido vier me encontrar, daqui a 11 dias (contando os minutos), quero levá-lo à Giverny para curtir com ele todas as emoções da terra de Monet. Ficará por conta dele conhecer a minha indicação ou partir para algo novo. Amor, você decide!

domingo, 8 de abril de 2012

Jardin du Luxemburg: ótima pedida para um almoço

Quando eu li o livro Bistrôs Paris – onde comer bem, bacana e barato, do chefe de cozinha e fotógrafo Alex Herzog, já pensava em fazer o curso de francês na cidade luz. Claro que fiz uma relação de restaurantes, cafés, bistrôs, bar à vin, etc, que eu gostaria de conhecer. E comecei minha saga hoje, dia de Páscoa.
Numa outra oportunidade em Paris, conheci o Jardin du Luxemburg, no Saint Germain, mas foi apenas uma rápida passagem, que me deixou com um gostinho de quero mais. E qual não foi a minha surpresa ao descobrir no livro que lá há dois restaurantes. Mochila com equipamento fotográfico às costas e lá fui eu numa fria manhã de início de primavera.
O escolhido foi o Buvette de Marionnettes. Um pequeno bistrô, mas muito simpático. Lugar agradável, mesas dispostas num terraço, totalmente a céu aberto. Pedi o menu, mas fiquei com a opção do plat du jour, Faux-filet, sauce vignoronne, frites et salade (filé ao molho de vinho tinto, batatas fritas e salada). Sensacional!



E nada melhor que fazer uma bela refeição, observando as crianças que passam em brincadeiras mil, pessoas fazendo suas atividades físicas, casais de namorado (para aumentar a saudades do maridão que está no Brasil), famílias passeando, enfim, um lugar em pleno movimento.
O frio, entretanto, estava cortando a alma. Deixei para o explorar o local num outro momento, ou pelo menos, melhor agasalhada. Quem sabe aproveito para conhecer a outra opção, o Pavillon de la Fontaine. Prometo voltar aqui para contar a experiência!